Cento e 40 alunos com necessidades de educação especial estudam no Kwanza Norte
Ndalatando - Cento e quarenta crianças com necessidades de educação especial encontram-se inseridas no sistema de ensino no Kwanza Norte, de um total de 739 alunos matriculados para o presente ano lectivo, afirmou domingo, em Ndalatando, o director provincial da Educação, Velhinho Joaquim de Barros.
Em declarações à imprensa, o responsável apontou a falta de infra-estruturas próprias como um dos factores que afectam a inserção daquela franja de alunos no sistema escolar especial.
Adiantou que esses educandos estão integrados em salas de aula do sistema de ensino geral, sobretudo no município de Kazengo onde foram criadas salas na escola do primeiro ciclo número 20, no Centro de Formação São João Baptista e no município de Samba-Cajú.
"Há falta de salas próprias. Essa é uma das principais causas que leva a inserção dos mesmos em sala do ensino normal", assinalou Velhinho Joaquim de Barros, acentuando ser aposta do executivo local a criação de condições que abarquem a escolarização de todas as pessoas que estejam em idade estudantil.
Em 2009 iniciou, em Ndalatando, a construção de uma escola com seis salas, destinada ao ensino especial, cujas obras encontram-se paralisadas há mais de um ano por razões não especificadas. O director provincial da Educação disse esperar que as obras do empreendimento sejam concluídas e apetrechadas para que se possa acolher todos os discentes com necessidades educacionais especiais.
São alunos com necessidades educacionais especiais os deficientes físicos, visuais, auditivos, de fala e os afectados por transtornos mentais diversos.
Angola conta com mais de trinta mil alunos com necessidades especiais.
De acordo com informações prestadas recentemente em Luanda, pela directora-geral do Instituto Nacional de Educação Especial, Maria de Lurdes Franco, no quadro do desenvolvimento dos sistemas de educação especial no país, deste número, 25 porcento têm deficiência auditiva, 21 porcento intelectual, 11 porcento visual, 12 transtornos globais, oito porcento transtornos múltiplos, 10 porcento com deficiência motora e outros 10 porcento com transtorno de conduta.
Maria de Lurdes Franco referiu também, na ocasião, que o número de alunos abrangidos ainda não representa o quadro real de pessoas com necessidades educativas especiais, se se ter em conta o anterior quadro de guerra, onde houve desintegração familiar e outros problemas derivantes do contexto passado.
Disse que em função das necessidades e das políticas sectoriais, o Governo tem tomado uma série de medidas para que, a curto, médio e longo prazos possa suprir as lacunas no que diz respeito às infra-estruturas escolares e formação de docentes.
Pontualizou, por outro lado, que o sistema de educação especial não está desassociado do ensino geral, pelo que os estudantes com necessidades especiais são integrados normalmente em escolas gerais, havendo alguma especificidade em determinados casos. "Hoje a educação especial é transversal a todos os sistemas e níveis de ensino", complementou.
Fonte: Angop