Angola terá dificuldade em atingir alguns dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), incluindo o primeiro, de combate à pobreza extrema, considera a ONU, que verificou progressos sobretudo nas metas para a educação e acesso a água potável.
Em 2000, a proporção da população angolana a viver abaixo do nível de pobreza em Angola era de 68%, sendo que 26% vivia em pobreza extrema, ou seja com menos de um dólar por dia, e não existem dados actuais sobre esta situação.
O Governo de Angola reiterou, contudo, recentemente, no Plano de Desenvolvimento traçado para 2009-2013 o objectivo de reduzir para metade a proporção da população que vive nessa situação e também a fome.
As Nações Unidas acreditam que o plano possa ter alguma eficácia, mas insistem que "só com reformas profundas" Angola conseguirá atingir alguns dos ODM, incluindo o da luta contra a pobreza e os relacionados com o acesso a serviços de saúde materna e infantil.
Na redução da mortalidade associada ao parto, o Programa da ONU para o Desenvolvimento considera que praticamente "não há melhoria nenhuma", já que o ratio, em 2007, era de 1.700 por cada cem mil partos, contra 1.800 no ano 2000.
A evolução foi um pouco melhor na redução da mortalidade infantil, com o rácio de mortalidade de crianças com menos de cinco anos a baixar dos 260 por cada mil, em 2003, para 154 por cada mil, em 2007.
Um dos objectivos em que houve progressos visíveis foi o da educação, com 5,8 milhões de crianças com acesso ao ensino primário em 2007 (mais 75% do que em 2003) e 29 mil novos professores recrutados entre 2003 e 2005.
Ainda assim, está muito abaixo do objectivo fixado o número de crianças que concluem o primeiro ciclo de ensino, segundo os indicadores de que dispõem os técnicos das Nações Unidas.
Na luta contra a malária, Angola está a evoluir favoravelmente quanto à meta da redução de mortes provocadas pela doença - de 13 mil em 2005 para 11 mil em 2007 - e pessoas em estado de morbidade associada à doença.
Outro objectivo em que regista um bom desempenho é o de reduzir para metade a proporção de pessoas sem acesso a água potável e condições sanitárias.
A escassez de dados estatísticos recentes relativos a Angola, e consequentemente a dificuldade em conseguir perceber e medir com exactidão o progresso para atingir os objectivos do milénio, são referidos em vários documentos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Fonte: http://www.dnoticias.pt/